sábado, 22 de janeiro de 2011

A interpretação - Sob meu Olhar

Muitos dizem que quando se ouve alguem cantar desejam sentir a verdade na sua interpretação, já outros acreditam que a forma com que se canta deve estar relacionada à parte lírica da música. Pois bem, acho que essa é uma discussão muito mais complexa do que se imagina porque todas essas afirmações têm suas contradições. Em primeiro lugar nem sempre vai tratar-se de uma verdade, quase sempre nós cantores somos apenas intérpretes, nem sempre se é cantor e compositor, pois o compositor SIM carrega a verdade consigo do que ele escreve.

Partindo de um princípio em que usamos a música como forma de comunicarmos através do som, isso significa que a mensagem a ser compreendida pelo ouvinte é de responsabilidade do músico. Para ser mais profundo afirmo também que: NADA TAMBÉM IMPEDE DE MENTIR-MOS. A graça da Arte é poder ser quem queremos ser, é reinventar , e só cabe a quem ouve definir o que achou ou sentiu. Um exemplo bem claro de que nem sempre a letra dita uma interpretação é aquela velha composição de Luiz Gonzaga “Asa Branca”, em que quase todo mundo canta sorrindo e dançando, sendo que a letra fala da seca vivida no nordeste brasileiro e na complicada vida dos sertanejos. Se for mentira, contradição, espírito esportivo por sorrir em meio à vida difícil, nós não sabemos, porém não nos resta entender apenas sentir. Eu por exemplo, não deixo a minha razão interferir na hora de cantar (a não ser que eu precise lembrar a letra), a escolha do repertório já deve ser pensando nisso. Deixe fluir os gestos, não force as expressões, perceba o que a música está propondo para você e não o que você quer propor com ela. A VERDADEIRA COMUNICAÇÃO NO PALCO SÓ ACONTECE QUANDO O PÚBLICO SENTE O MESMO QUE VOCÊ SENTIU AO CANTAR.

Abaixo citarei alguns fatores que vai te ajudar a entender melhor sobre este assunto:

EXPRESSÃO FACIAL E CORPORAL: As expressões são informações mais importantes depois do canto, pois é uma impressão visual que o público vai ter das suas palavras.

ENTONAÇÃO: Mesmo cantando conseguimos diferenciar as perguntas, das exclamações e das frases imperativas. É a variação da altura no decorrer das palavras.

INTENSIDADE: Ao contrário do que muitos pensam a intensidade não tem haver com volume. A forma como cantamos necessita de uma mudança principalmente nos refrãos que a mensagem precisa ser mais evidente. É a mesma lógica de alteração de quando falamos com raiva ou com alegria, ou seja, ela aumenta ou diminui de acordo com a intenção.

ALTURA: Na linguagem musical altura tem haver com a alternância de tons de graves para agudos. Logo, os tons agudos são mais altos e tons graves mais baixos. Isso levado para dentro de uma música geralmente transforma os tons mais altos em informações mais importantes e emergentes; e os tons baixos dão a evolução e resolução do conteúdo.

Um comentário:

  1. Muito bom o post
    amei as fotinhas hehehe
    nem tinha visto ainda teu novo layout blog
    tá lindo
    *---*
    abs

    --

    Ramona Tequila
    http://mundoramona.blogspot.com/

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